Tempestades de neve na região dos Grandes Lagos chegam repentinamente, acabam de repente e geralmente deixam vários centímetros de neve em uma área limitada. Vários anos atrás, eu estava viajando de Chicago, no estado de Illinois, para Cleveland, no estado de Ohio, para participar de um casamento na família. A inesperada tempestade chegou aí pelas 3h30min da madrugada.
Com minha esposa e filha serenamente adormecidas no carro, segurei firmemente a direção e dirigi bem devagar, com visibilidade zero. Minha esposa logo acordou por causa do vento frio que entrava pela minha janela que estava aberta. Eu a havia aberto para que pudesse ver a cerca de segurança no lado esquerdo da estrada. Daí a pouco ambos estávamos apavorados.
Escuridão total nos cercava à medida que zilhões de flocos de neve se acumulavam no pára-brisa. Foi aí que pedimos ao Senhor que nos levasse em segurança para uma saída. Lembro-me de ter orado assim: “Senhor, prometo que sairei da estrada na primeira saída que eu vir e não continuarei a viagem enquanto a neve não parar de cair”.
Tudo estava quieto, exceto pelos limpadores do pára-brisa, zunindo em vão para lá e para cá. Alguns momentos depois da oração, surgiram faróis acesos em meu espelho retrovisor. Tanto quanto eu sabia, eu era o único na estrada. Notei que o motorista do carro queria me ultrapassar e, à medida que cedi para lhe dar lugar, percebi que ele estava dirigindo um Jeep. Logo ele diminuiu a marcha à minha frente, criando uma proteção contra a tempestade. Segui aquele Jeep por cerca de 10 minutos até que vi uma muito bem-vinda placa de saída. Então, o Jeep deu a impressão de desaparecer enquanto eu saía da rodovia principal.
Nem minha esposa nem eu dissemos coisa alguma até que encontramos um restaurante que ficava aberto 24 horas e paramos no estacionamento. Estávamos sentados no carro, imóveis. Sabíamos que havíamos acabado de ter uma experiência de resposta de oração imediata, maravilhosa, de salvar a nossa vida. Até hoje (quase três décadas mais tarde), cremos que Deus mandou um anjo ou um motorista verdadeiramente bom para nos guiar. Oramos em nosso momento de necessidade e Ele nos respondeu prontamente. Quando terminamos nosso café da manhã antecipado, a tempestade havia passado; e, obedecendo à palavra da minha oração, saímos daquele estacionamento no que havia se tornado uma linda e clara manhã.
Será que as pessoas que oram deveriam esperar por uma resposta maravilhosa e imediata? E se o Jeep não tivesse aparecido? E se, em vez de encontrar uma saída, eu tivesse batido contra uma pedra de gelo e tido um acidente? Será que Deus seria menos do que Ele é porque eu não recebi nenhuma ajuda? Será que minha oração teria sido sem significado?
Historicamente, Deus dá três respostas ao Seu povo: sim, não e espere. Como Soberano absoluto do Universo, Ele faz o que quer, quando quer, por qualquer que seja o motivo que Ele tiver e para Seu próprio propósito.
Por toda a história, pessoas devotadas, de oração, em situações horrendas, não receberam suas respostas desejadas. Hoje, milhões de pessoas profundamente angustiadas oram fervorosamente a Deus em seus momentos de necessidade. Elas podem estar em relacionamentos difíceis, ter finanças desastrosas, ou sofrer de problemas dolorosos de saúde. Não obstante, não vêem nenhuma evidência de resposta a suas orações. Até mesmo o Senhor Jesus Cristo orou especificamente a Seu Pai: “Se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lc 22.42).
Então, para que orarmos? Se Deus faz o que Ele quer fazer, para que serve a nossa oração?
Oramos porque isto demonstra nosso relacionamento com Deus
Os cristãos geralmente se descrevem como quem tem “um relacionamento pessoal com Deus”. Tal relacionamento gira em torno da comunicação. Deus fala conosco através de Sua Palavra, e nós falamos com Ele através de nossos lábios e nossa mente. Se não ouvirmos (lermos a Palavra) ou falarmos (orarmos), o relacionamento se rompe.
Oramos porque Deus nos ordena:
“Orai sem cessar” (1Ts 5.17). “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7).
De acordo com a tradição judaica, o profeta Daniel orava três vezes ao dia, independentemente das circunstâncias (Dn 6.12-13). Deus quer que Seu povo ore.
Oramos porque isto demonstra nossa posição sob as ordens dEle e a nossa dependência dEle
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda” (Sl 121.1-3).
Oramos porque esta é uma forma de servir a Deus
A profetiza Ana “adorava noite e dia em jejuns e orações” (Lc 2.37). Quando oramos, admitimos que a vida não se resume somente a mim. O apóstolo Paulo escreveu: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm 2.1-2).
Oramos porque a oração fortalece a nossa fé
Ver em primeira mão a provisão de Deus através da oração respondida fortalece nosso homem interior. Disse Jesus: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.6). Oramos “àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).
Oramos porque vale a pena
“Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16).
Oramos porque Ele sempre responde, de uma forma ou de outra
“E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (1Jo 5.14-15).
Quando minha esposa e eu clamamos a Deus em nossa necessidade, não sabíamos qual seria a resposta dEle. Quando o Jeep surgiu do nada, nos ultrapassou, posicionou-se à nossa frente e nos dirigiu para a saída, certamente sentimos um grande alívio. Mais tarde, quando estávamos sentados no carro dentro do estacionamento, meditando sobre o que tinha acontecido, tudo o que pudemos fazer foi orar novamente – desta vez louvando o Senhor que achou por bem nos responder.
E esta é outra razão para orar: louvar a Deus por aquilo que Ele é e agradecer-Lhe por Suas bênçãos. (Israel My Glory)
Por Steve Herzig