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“E depois dele Samá, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus.
Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR efetuou um grande livramento. ”
2 Samuel 23:11-12
I
Afie seus olhos, veja-
o
De cabelos vermelhos como Davi
Surgido e fincado na melhor posição
Seus olhos
Dois planetas tensos em revolução,
Olhos-cataclismas
360 graus
Abarcando
Um combatente solitário na tempestade de dardos
Sem medo
Duas espadas
Retalhadoras
Um homem
Feito pela fé
Invencível
Fortaleza inolvidável seu coração
Plantado naquele cimo
Árvore trovejante
A velada flor o subterrâneo orgulho
das tropas de Davi
Capitão de seus valentes
Lótus cujas duas pétalas
Sorvem e retalham
Pés de lentilha hordas
Filistéias
E Tudo
O que tocar suas espadas
Hoje, por algum motivo
Tão sobremaneira aguçadas
Transfeitas num estranho bronze
Mais sólido que o medo
Seus braços enchidos, propelidos
Por um poder insano
O cansaço tão distante a dor
Tão distante
“Ainda que eu morra, Senhor”,
“Conceda-me aliviar meu povo,”
“Teu povo.”
Duas espadas
Estranhamente indestrutíveis
Uma carne
Intocável
Poder que lhe explode pelos poros
A exudar labaredas
“Esforça-me, Senhor Sabaoth”,
“Sustém meu braço”
Sangue feito chama,
“Até que eu tombe
Sobre o último dos
Cadáveres incircuncisos”
Duas espadas
Um quilômetro
De cadáveres
Lembrou-se
Das palavras de sua mãe
E de seu aguilhão,
Os seis dedos de cada mão
Com que nascera:
“Teu pai peregrinará só;
Você é aleijado e não pode entrar
Jamais na Tenda do Tabernáculo”
Vislumbrou
A juventude erradia,
A colheita de seus erros…
Lembrou-se também
Das pedradas de seu pai:
“Cão imundo
Lixo opróbrio
Da casa de teu pai
Livra minha alma
De contemplar outra vez
Tua face; pega
O que é teu e vai.”
II
A batalha ruge qual vagalhão, rebenta
Sobre as encrespadas falésias que são suas aleijadas mãos…
Uma centena de filisteus avança
Sobre o promontório
Um círculo perfeito de lâminas
Contra uma única sombra
Na liça louca e liricamente imerso,
Sua alma ascende, acessa
Um novo patamar, seu coração é
Iluminado-apreendido pela totalidade significante
De um dos nomes maravilhosos:
Jeová Sabaoth
Jeová Elohim Sabaoth, O Senhor Deus dos Exércitos
“Que treina as minhas mãos para a guerra e os meus dedos para a batalha”*
Agora
Ele compreende o que tal nome
Significa, seus membros seus sentidos todos entendem
E, do turbilhão desta gnose, ele lança
Ousadamente uma pergunta uma prece:
“Ah!!!! Conhecerei também o âmago de Teus outros nomes?
Se eu não cair aqui, ó Deus da minha salvação,
Dá-me a entender a tua PAZ uma única vez na vida,
Ó Jeová Shalom. Que eu alcance em Ti
O sono das espadas,
E que a minha mãe saiba o que aqui eu alcancei.”
… … …
Doravante saberão
Os cães
Que entre as tribos de Israel
Há um retalhador
Um soldado que enfaixa as mãos
E forja suas próprias espadas
III
Cadmos o único que lhe deu guarita
Cadmos o ferreiro que lhe ensinou
Uma arte
E duas
E seis
A forja e o combate,
A infiltração e o destemor
Mas também poesia e o moldar o barro
Hoje todas elas juntas
Nos ossos de um campeão
Por Israel
Que regozija titânico-apocalíptico
Ao funéreo clangor da trombeta dos filisteus
– Hipnótica melodia que abre o Sheol –
E suas ações se sobrepõem às lembranças,
Ações e lembranças e ações e lembranças
Amontoando-se em frenesi
Como é comum no fim de cada homem
Ele se lembrou
Da caverna em Jope
A caverna do ferreiro Cadmos
E seus imensos braços feitos fortes
Não pelo combate
Mas de malhar o ferro
Se o velho Cadmos
Rompesse nestes campos,
Com sua espada e seu machado!
Não sendo israelita,
Lutaria como o maior de Israel
Viessem também os outros, Bersabé e Hilel,
Os seus companheiros
Aprendizes de ferreiro de Cadmos,
Aprendizes noturnos também
Da estranha arte da guerra
Que o grego trouxe
De após o Levante…
Ah!, Cadmos, involuntário fratricida!
Trânsfuga do Helesponto,
Que forja armas para Davi,
Sem sequer requerer a paga;
Cidadela de refúgio sua caverna, cidadela de refúgio
Seu vário coração
Ah meu nobre mentor desgraçado
Que matou seu irmão
Ao disparar um cego dardo
Como numa tragédia
Que em couros de carneiro
Um dia será escrita
Em sua mesma Grécia, a durar
(a pátria e a lenda)
Enquanto durar esta terra
Oh! Pudera eu ver aqui ao meu lado
Os anjos de quem o ancião Matsabé
Lia nas Escrituras, à Porta de Fonte,
Anjos que batalharam
Por Ló em Sodoma…
Mas Davi dorme em Betsaida, três dias daqui;
Meu mentor e irmãos
Labutam na fornalha;
Teus-meus adversários ei-los, mais que uma centena,
E eu só tenho a Ti, só a Ti
Senhor
Lembra-te de mim
Do menor de Davi
O aleijado que não pode entrar na Tenda,
O fugitivo o ladrão
O que esconde as mãos
– Ei-las aqui, Senhor,
Hoje eu posso descobri-las de suas faixas
E se pudesse largar um instante as espadas
Ergueria minhas mãos,
Doze dedos em louvor a Ti
– Eis-me aqui, Deus meu!!!!!
Meu único fôlego é saber-Te
O Deus que desconstrói impossibilidades
Não envie anjos, mas desça Teus olhos apenas,
Rogo-Te, a este rubro chão e rubro cão;
Esforça a minha perna ferida
E minhas duas espadas
Para que se não despedacem
Pois todas as vezes em que afiei seus gumes
Afiei-os para este dia
Todas as batalhas que combati
Combati para abrir caminho até este campo,
Esta batalha-de-um-só-hebreu:
EIS-ME AQUI
IV
Os homens derramam
A sua chuva,
A chuva do homem
É conhecida,
O sangue e o pranto
São a sua chuva.
Mas nascerá um Novo Homem
Um outro diferente Adão
Que trará chuvas
De Águas Vivas
E então o pranto não mais,
O pranto nunca mais.
E verterá uma vez o Sangue
Para que um Dia
O sangue não mais,
O sangue
Nunca mais.
Um Dia, um Dia Total que é um Tempo e é um Templo,
Ambos eternos, abertos
A todos os aleijados como Samá e você e eu.
*Salmos 144.1
Do livro DEUS AMANHECER. Leia online ou baixe gratuitamente aqui: http://pt.scribd.com/doc/147090860/Deus-Amanhecer-Sammis-Reachers