O vocalista de uma banda gospel canadense anunciou que se tornou ateu e declarou que embora seja filho de pastor, considera ser importante que se pronuncie publicamente a respeito de sua incredulidade sobre Deus.
Jon Steingard, vocalista principal da banda de rock cristão canadense, Hawk Nelson, declarou em sua conta no Instagram: “Não acredito mais em Deus. Isso não aconteceu da noite para o dia”.
“Este não é um post que eu pensei que iria escrever, mas agora sinto que realmente preciso”, disse Jon Steingard. “Eu sofri por dizer isso publicamente e, em caso afirmativo, como fazê-lo, mas agora sinto que é menos importante como faço e mais importante que faça”, acrescentou.
O músico contextualizou sua vida até esse momento: “Depois de crescer em um lar cristão, ser filho de pastor, tocar e cantar em uma banda cristã, e ter a palavra ‘cristão’ na frente da maioria das coisas da minha vida – agora estou descobrindo que não acredito mais em Deus. Ainda me sinto querendo suavizar essa afirmação, formulando-a de maneira diferente ou menos específica – mas não seria tão verdadeira”.
A incredulidade – ou apostasia – é um processo que Steingard vem passando e “já dura vários anos”, segundo suas próprias palavras. “Isso não aconteceu da noite para o dia ou de repente. Foi mais como puxar a linha de um suéter e um dia descobrir que não restava mais suéter”.
Para ele, não é possível mais evitar falar sobre seu ateísmo: “Processar isso silenciosamente parecia certo quando eu simplesmente tinha dúvidas, mas depois que eles se solidificaram em um ponto de vista genuíno, começou a parecer desonesto não falar sobre isso”.
Ele observou que em suas conversas com seus amigos que também cresceram na igreja, muitos também compartilham as mesmas dúvidas: “Estou impressionado com o número de pessoas em posições visíveis dentro dos círculos cristãos que se sentem da mesma forma que eu. Como eu, eles temem perder tudo se estiverem abertos a isso”, acrescentou.
A igreja não era algo que ele frequentava uma vez por semana, mas sim, algo que fazia parte de sua vida de maneira intrínseca. De acordo com o portal The Christian Post, ele recordou alguns momentos desconfortáveis na igreja, como orar em público e presenciar choros emocionais em momentos de comoção em eventos juvenis.
A lista de coisas que não fazia sentido para ele continuava crescendo ao longo dos anos, incluindo a pergunta comum: “Se Deus é todo amoroso e todo poderoso, por que existe o mal no mundo? Ele não pode fazer alguma coisa sobre isso? Ele escolhe não [fazer]?”, questionou.
Uma série de dúvidas teológicas não esclarecidas o direcionaram para a incredulidade, admitiu o músico: “Por que ele [Deus] diz para não matar, mas instrui Israel a se virar e matar homens, mulheres e crianças para tomar a terra prometida? Por que Jesus tem que morrer por nossos pecados [mais morte de novo]?”.
O artista chegou à conclusão de que não se pode confiar na Bíblia porque, no final, ela é “humana e imperfeita”, e acrescentou que ele e sua esposa não gostavam de ir à igreja, orar ou adorar. “Tudo parecia obrigação”.
Fonte: Gospel Mais