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A justiça da Alemanha condenou nessa quinta-feira (1º) à prisão perpétua um demandante de asilo palestino que confessou um ataque jihadista que deixou um morto e seis feridos em Hamburgo em julho de 2017.
Os juízes de Hamburgo condenaram Ahmad Alhaw, de 27 anos, que descreveu seu ato como “uma contribuição à jihad mundial”, circunstância agravante para o ataque islamita, o que praticamente descarta a possibilidade de libertação após 15 anos, benefício que pode ser solicitado pelos condenados à prisão perpétua.
No dia 28 de julho de 2017, Alhaw entrou em um supermercado de Hamburgo, pegou uma faca de 20 centímetros em uma prateleira e esfaqueou um cliente de 50 anos até a morte.
Durante a fuga, o palestino feriu seis pessoas na rua aos gritos de “Allahu Akbar”, antes de ser detidos por vários pedestres.
Os investigadores acreditam que ele se radicalizou durante 2016, ano em que as autoridades negaram seu pedido de asilo. Apesar da rejeição e dos sinais de uma guinada extremista, Alhaw não pôde ser expulso da Alemanha porque não tinha documentos de identidade.
O ataque aconteceu em um contexto de medo no país, sete meses depois que um homem atropelou uma multidão com um caminhão e matou 12 pessoas em um mercado de Natal de Berlim.
O atentado de dezembro de 2016 demonstrou as graves falhas no serviço de inteligência.
O palestino chegou a Alemanha em março de 2015, procedente da Noruega, depois de morar na Suécia e na Espanha durante anos.
“Alhaw tentou atacar de forma indiscriminada vítimas que, segundo ele, perpetuavam as injustiças contra os muçulmanos”, afirmou a Procuradoria.
“Para ele era importante matar o maior número possível de cristãos alemães. Queria que sua ação fosse entendida como uma contribuição à jihad mundial”.
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A investigação, no entanto, não conseguiu revelar nenhum vínculo com o grupo Estado Islâmico (EI) e se inclinou para a hipótese de que atuou como um “lobo solitário”.
O acusado admitiu que começou a assistir vídeos de propaganda do EI a partir de 2014.
Em um primeiro momento, as autoridades o apresentaram como um desequilibrado, mas vários especialistas negaram problemas psicológicos durante o julgamento.
Alhaw consumia haxixe e bebidas alcoólicas, mas não estava sob a influência de nenhuma substância no momento do atentado.
A defesa do palestino tentou encontrar circunstâncias atenuantes para o cliente e afirmou que ele não teria executado o ataque se a Alemanha tivesse facilitado sua integração.
“Fascinado pelo estilo de vida ocidental com sonhos de uma vida melhor na Europa, Alhaw, no entanto, se radicalizou na Alemanha”, disse a promotora Yasemin Tüz.
Durante o processo, o juiz leu um trecho de um texto que o acusado enviou ao governo alemão: “As chamas da guerra os alcançarão cedo ou tarde”.
No último dia do processo, Alhaw, que não falou nada durante o julgamento, finalmente pediu perdão às vítimas e a seus parentes.
“Não posso voltar no tempo. Só posso pedir desculpas e esperar que me perdoem”, disse.*Informações AFP
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